Planejamento e Gestão de Convênios Públicos – Como Evitar Irregularidades?
- Esafi Escola
- 9 de jun.
- 4 min de leitura
Convênios públicos são instrumentos essenciais para a transferência voluntária de recursos entre entes da administração pública oue entidades privadas sem fins lucrativos. Eles permitem viabilizar projetos e políticas públicas de grande impacto social, como ações nas áreas de saúde, educação, assistência social e infraestrutura.
No entanto, a má gestão desses instrumentos pode gerar irregularidades sérias, incluindo desvio de recursos, inadimplência, reprovação de contas e até responsabilização de gestores. Por isso, planejar e executar convênios de forma eficiente e transparente é uma exigência legal e uma responsabilidade ética.
Neste artigo, você vai entender como funciona o ciclo de vida dos convênios públicos, quais são os principais pontos de atenção, e como aplicar boas práticas para evitar irregularidades e garantir uma gestão pública responsável.
O que são Convênios Públicos?
Convênios públicos são acordos firmados entre órgãos ou entidades da administração pública (como ministérios, secretarias e prefeituras) e outros entes públicos ou privados sem fins lucrativos, com o objetivo de realizar, em regime de mútua cooperação, projetos de interesse comum.
Eles envolvem a transferência de recursos financeiros, geralmente da União para estados, municípios ou ONGs, e exigem contrapartidas, metas e prestação de contas rigorosa. A base legal para sua execução está na Lei nº 13.019/2014 (Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil), além do Decreto nº 11.531/2023 e de normas específicas para transferências voluntárias federais, como a Instrução Normativa nº 05/2018 da STN.
Principais Etapas da Gestão de Convênios
A boa gestão de convênios começa no planejamento e se estende até a prestação de contas. As principais etapas incluem:
Elaboração da proposta e do plano de trabalho
Aprovação e celebração do convênio
Liberação de recursos
Execução do objeto
Acompanhamento e fiscalização
Prestação de contas
Análise e julgamento final
Cada etapa tem regras específicas, e falhas em qualquer uma delas podem comprometer todo o processo, levando à devolução de recursos, aplicação de sanções e perda de credibilidade institucional.
Principais Irregularidades em Convênios Públicos
As irregularidades mais comuns envolvem:
Ausência ou inconsistência no plano de trabalho
Desvio de finalidade dos recursos
Execução financeira sem respaldo legal
Pagamentos indevidos ou sem comprovação
Prestação de contas incompleta ou fora do prazo
Fraudes em processos de compras ou contratação de serviços
Essas falhas podem ser causadas tanto por má-fé quanto por falta de conhecimento técnico e ausência de processos padronizados. Por isso, a capacitação de servidores e gestores é essencial.
Como Evitar Irregularidades em Convênios Públicos?
1. Planejamento Técnico Detalhado
Antes de formalizar um convênio, é essencial elaborar um plano de trabalho completo, com metas claras, cronograma físico-financeiro e indicadores de resultado. Esse documento é a espinha dorsal do projeto e servirá de base para todas as etapas posteriores.
Certifique-se de que os objetivos do convênio estejam alinhados às políticas públicas da instituição concedente e que a entidade conveniada tenha capacidade técnica e operacional para executá-lo.
2. Capacitação dos Envolvidos
Capacitar os servidores públicos e as equipes responsáveis pela execução dos convênios é uma das medidas mais eficazes para evitar erros. Isso inclui formação em:
Elaboração e análise de projetos
Execução orçamentária e financeira
Licitações e contratos públicos
Prestação de contas
Uso de sistemas como SICONV / Plataforma Transfere
Instituições de ensino especializadas em gestão públicas, como a ESAFI Escola, oferecem cursos presenciais específicos sobre convênios e parcerias.
3. Acompanhamento Contínuo da Execução
A fiscalização não deve acontecer apenas no final. O acompanhamento deve ser periódico e preventivo, com verificações físicas e financeiras da execução.
Adote mecanismos de monitoramento como:
Relatórios técnicos mensais
Registros fotográficos e visitas in loco
Planilhas comparativas entre metas planejadas e executadas
Controle interno com checklist por etapa
4. Controles Internos Fortes
Convênios bem-sucedidos dependem de sistemas de controle interno atuantes, que assegurem a conformidade com a legislação e identifiquem falhas em tempo hábil.
Implantar fluxogramas de processo, formulários padronizados, duplo controle de despesas e segregação de funções são práticas recomendadas. Além disso, o controle interno deve atuar em cooperação com a unidade de prestação de contas.
5. Transparência e Documentação Completa
Toda a movimentação relacionada ao convênio deve estar documentada e acessível, desde a proposta inicial até os comprovantes de despesas. Isso facilita a prestação de contas e protege os envolvidos em caso de auditorias ou questionamentos dos órgãos de controle.
Também é importante alimentar corretamente os sistemas oficiais de acompanhamento de convênios, como a Plataforma +Brasil / Transfere, garantindo transparência para os órgãos fiscalizadores e para a sociedade.
6. Observância Rigorosa dos Prazos
Perder prazos pode ser tão grave quanto cometer irregularidades. O atraso na prestação de contas, por exemplo, pode tornar a entidade inadimplente e impedir o recebimento de novos recursos.
Mantenha um calendário atualizado com todos os prazos do convênio, desde a liberação dos recursos até a data final de execução e entrega da prestação de contas.
O Papel dos Órgãos de Controle
Tribunais de Contas, Controladorias e o Ministério Público desempenham papel fiscalizador na gestão dos convênios. Além de verificar a legalidade e a regularidade dos atos, podem aplicar sanções em caso de:
Omissão no dever de prestar contas
Danos ao erário
Desvio de finalidade
Improbidade administrativa
A atuação preventiva, por meio de auditorias orientadoras, deve ser estimulada, evitando que os problemas só sejam descobertos tardiamente.
A gestão eficiente de convênios públicos exige planejamento, organização e comprometimento. Mais do que evitar penalidades, trata-se de garantir que os recursos públicos cumpram sua finalidade social e gerem benefícios reais para a população.
Ao investir em capacitação, transparência, controle interno e acompanhamento técnico, é possível não apenas evitar irregularidades, mas também fortalecer a cultura da boa governança no setor público.
Entender e aplicar boas práticas na gestão de convênios é um diferencial para servidores públicos, gestores e instituições que atuam com recursos públicos. A prevenção ainda é o melhor caminho para evitar sanções e garantir a efetividade das políticas públicas financiadas por meio desses instrumentos.
Entre em contato com a ESAFI hoje mesmo e descubra como podemos ajudar a transformar a gestão pública no seu órgão.
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